No cotidiano, o trabalhador engolido pela
labuta, rotinas e modelos, nem ao menos percebe que está sendo capturado pelos
resultados de processos mais globais da sociedade como a instantaneidade, a
velocidade, a multiplicidade, a visibilidade e a serialidade.
Acelerado, fatigado, consumista, sem tempo para refletir, na luta contra o relógio, com compromissos múltiplos e simultâneos, cada trabalhador com sua história de vida e sua forma de ser, vivencia sua própria experiência de trabalhar.
Na lógica capitalista onde o trabalho é pautado apenas nos princípios da produtividade, eficiência, competitividade e racionalidade, cada trabalhador é colocado em uma etapa do processo de produção fazendo a sua tarefa segundo normas padronizadas cada vez mais distantes do resultado do seu trabalho, do outro, dos seus sentimentos e de sua existência.
Enquanto aumenta-se o discurso da “equipe”,
“colaboradores” e “parceiros” cada vez mais se trabalha solitária e
individualmente.
O trabalho, enquanto fonte de sustento e
realização pessoal é propulsor de saúde do trabalhador, entretanto, a falta
dele, a insatisfação e a execução de atividades laborais alienantes poderão
gerar ou desencadear no trabalhador um processo de adoecimento físico e/ou
mental.
Assim cada organização, estrutura e ambiente de
trabalho têm repercussões nos vínculos e na subjetividade de cada trabalhador
que passa no mínimo um terço de sua vida trabalhando.Tensões, angústias,
conflitos e insatisfações no ambiente de trabalho sobrecarregam o corpo do
trabalhador, precipitando os acidentes e doenças profissionais.
Estudos mostram como o conflito entre as metas
e as estruturas de uma organização e as necessidades do indivíduo, quando em
discordância, podem levar ao estresse circunstancial ou crônico. Estresse que
não pode ser resolvido apenas com um descanso de final de semana, feriado
prolongado ou férias bem aproveitadas.
A pressão por resultados, as contradições
institucionais, o trabalho excessivo, a má organização no trabalho, as
dificuldades interpessoais e os conflitos mal administrados podem trazer
insatisfações e ansiedades que somadas a outras pressões sociais, familiares e
ambientais podem arrebentar com o emocional do trabalhador, abalando sua
auto-estima e o desvitalizando.
A insegurança no emprego, a falta de
perspectiva de crescimento, o ritmo de trabalho, a solidão, o vazio das relações
unicamente profissionais, a falta de disponibilidade para lazer e cuidar de si e
a falta de recursos internos do trabalhador para ajustar-se vão minando a sua
saúde emocional.
Irritabilidade, distúrbios do sono e de
apetite, tensão ou dor muscular, palpitações, distúrbios sexuais, gastrite,
apreensão, medo, sensação de pânico, fadiga, dificuldade de concentração e de
memória, alterações de personalidade e de comportamento, alcoolismo e outros
sintomas vão comprometendo as relações afetivas e sociais do trabalhador, sua
vida pessoal e profissional.
O trabalhador habitua-se a viver sob a forte e
constante tensão, se exigindo esforço físico, mental e apesar de conhecer
racionalmente os riscos deste sistema não consegue se modificar podendo chegar
até à exaustão mental, ao comprometimento profissional e intelectual, à falta de
motivo para trabalhar e viver.
Com a negação ou prolongamento do estresse, o
trabalhador pode chegar à depressões graves, ao isolamento social, à ausência do
trabalho, à desajustes familiares e à despersonalização. Os sintomas podem
traduzir os desejos de transformar o ambiente de trabalho que não encontram
canais ou linguagem no universo do trabalho para se expressar
verbalmente.
O sofrimento geralmente é controlado por
estratégias defensivas para impedir que se transformem em patologias. Na
falência ou deficiência do sistema de defesa, aparecem as neuroses, psicoses,
depressões e ou sintomas orgânicos desencadeando a queda no desempenho
produtivo.
Sofrimento mental e fadiga são proibidos no
trabalho, só a doença é “admissível”, e assim, a consulta médica vem disfarçar o
sofrimento mental aliviado com psicoestimulantes, analgésicos e ansiolíticos.
Desloca-se, portanto, o conflito homem-trabalho para um terreno mais neutro e
com a medicalização desqualifica-se o sofrimento.
QUADRO DE DESENVOLVIMENTO DE TRANSTORNOS MENTAIS NO TRABALHO:
É que, na lógica capitalista a doença passa a
ter como aspecto central, não o sofrimento do paciente, mas sim a capacidade ou
incapacidade para produzir. Quando vários trabalhadores se descompensam,
geralmente as chefias costumam diminuir o ritmo de trabalho e não a pressão da
organização para que desapareça o sofrimento. A desmotivação no trabalho costuma
ser resolvida motivando o sujeito, ao invés de modificar a situação que
interfere no seu equilíbrio vital.
Na nova cultura das organizações o objetivo
primordial é obter o envolvimento dos trabalhadores em prol dos interesses da
empresa, fazendo com que internalizem como seus os interesses desta. Em nome da
sobrevivência da organização no mercado, as práticas adotadas evidenciam os
efeitos do poder sobre os corpos e sobre as atividades cotidianas por canais
cada vez mais sutis, moldando os trabalhadores de acordo com os desejos da
Qualidade.
Capturados, alguns trabalhadores aplaudem e
vestem a mordaça macia do controle, e os que resistem ou não se adequam podem
ser punidos ou “cuspidos” da organização.
As instituições ou organizações vivem uma
fachada bonita de “gestão participativa”, enquanto o trabalhador sente-se cada
vez mais tolhido, deixando de ser ousado, espontâneo, criativo, e de doar suas
idéias à empresa. O trabalhador não tem como escapar de entrar neste mundo
pronto, mas há a possibilidade de frear e se produzir diferentemente. Não é
preciso perder a saúde na luta para ganhar a vida.
Que na era da velocidade o trabalhador possa se
desacelerar, se aquietar e fazer tempo para refletir sobre si mesmo, sobre seus
desejos, seus limites e sobre sua relação com o trabalho. Para aprender a
relaxar e administrar tensões inevitáveis não é preciso cursar universidade,
procurar especialistas ou se deslocar para locais distantes, chegar a florestas
ou ao cume de montanhas.
É preciso sim, que o trabalhador abra brechas
no dia-a-dia nas quais possa compartilhar angústias, ressignificar as tensões,
ampliar as relações afetivas e convivência e dar espaço para as sensações. Criar
tempo para fazer o que se gosta, andar descalço, ver o luar, caminhar, observar
a natureza ou ouvir música suave. Que as organizações e instituições reconheçam
os sintomas do estresse como sinais de alerta do sofrimento mental do
trabalhador evitando suas conseqüências e prejuízos organizacionais e
pessoais.
Só é possível pensar que existe qualidade de
vida no trabalho quando os locais de trabalho são democráticos e humanizados,
com gestão participativa, construída, que respeita necessidades e interesses da
empresa e dos funcionários, com reconhecimento e valorização do trabalhador.
Somente resgatando sua auto-estima, sua criatividade, sua capacidade de se
divertir, de cuidar de si e administrando seu tempo de viver, o trabalhador
poderá extrair algum sentido e prazer do trabalho.FONTE: Angela Maria
Amâncio de Ávila
Psicóloga – CRP 04/2683
Psicóloga – CRP 04/2683
ALMOÇO NUTRITIVO E SAUDÁVEL:
- 2 conchas de sopa (se possível sem batata nem espessantes, como a farinha, farelo e outros)
- uma proteína animal (carne/peixe/ovos)
- 1 hidrato (2 batatas pequenas ou 3 colheres de sopa de arroz ou 3 garfadas de massa)
- vegetais cozidos/escalfados/ saladas variadas à descrição
- 1 peça de fruta (opcional)
(As quantidades acima indicadas devem ser ajustadas às necessidades calóricas de cada pessoa, que varia obviamente com o sexo, idade, altura, estilo de vida)
Os fritos e assados com muita gordura são de evitar, devendo privilegiar os cozidos, grelhados e estufados sempre com o mínimo de gordura.
- uma proteína animal (carne/peixe/ovos)
- 1 hidrato (2 batatas pequenas ou 3 colheres de sopa de arroz ou 3 garfadas de massa)
- vegetais cozidos/escalfados/ saladas variadas à descrição
- 1 peça de fruta (opcional)
(As quantidades acima indicadas devem ser ajustadas às necessidades calóricas de cada pessoa, que varia obviamente com o sexo, idade, altura, estilo de vida)
Os fritos e assados com muita gordura são de evitar, devendo privilegiar os cozidos, grelhados e estufados sempre com o mínimo de gordura.
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